Dois atentados sucessivos sacodem a Noruega





  Tiroteio deixou 80 mortos em ilha norueguesa, diz polícia 
 (atualizado 23h22min.)




"Equipe de resgate atende feridos em ilha norueguesa (AFP)"
O número de mortos em um tiroteio em uma ilha norueguesa subiu para 80 na noite desta sexta-feira, informou a polícia do país.
A tragédia ocorreu quando, segundo relatos, um homem vestido de policial chegou à ilha de Utoeya, perto de Oslo, e começou a atirar contra jovens que participavam de um acampamento do Partido Trabalhista (do governo) no local. Havia cerca de 600 jovens no encontro; inicialmente, relatos deram conta de que o episódio resultara em cerca de dez mortes.
Mas um porta-voz da polícia norueguesa, Anders Frydenberg, confirmou por telefone à BBC que muitos outros corpos foram encontrados.
É o pior ataque ocorrido na Noruega desde a Segunda Guerra Mundial.
O ministro da Justiça do país, Knut Storberget, afirmou que o homem detido pelo tiroteio é de nacionalidade norueguesa. Ele também é suspeito de relação com o atentado a bomba ocorrido em Oslo um pouco antes.
O homem foi identificado pela polícia como Anders Behring Breivik, de 32 anos, que, segundo as autoridades, se diz um nacionalista e não tem nenhuma ligação conhecida com grupos islâmicos. A polícia está investigando a casa dele, no oeste de Oslo.
Em entrevista coletiva, Storberget e o premiê do país, Jens Stoltenberg, disseram que é cedo para especular os motivos da tragédia e que não se sabe se o atirador agiu sozinho.
A jovem Emma Christiansen, 16 anos, que participava do acampamento, disse à BBC ter visto o homem vestido de policial sendo abordado por um jovem e atirando contra ele. 'Então, corri para dentro de casa. Foi assustador.'
A polícia acredita que o mesmo homem esteja relacionado com o ataque a bomba no centro de Oslo, atingindo vários prédios do quartel-general do governo da Noruega. Ao menos sete pessoas morreram.
Há relatos de que o homem tenha sido visto em Oslo antes de seguir à ilha de Utoeya, onde explosivos não detonados foram encontrados pela polícia.
O chanceler da Noruega, Jonas Gahr Store, confirmou, em entrevista à BBC, que suspeita-se que o detido tenha ido ao acampamento depois de participar do atentado à capital norueguesa.
"Região atacada em Oslo (AFP)"

'Mais democracia'
Mas a motivação dos ataques ainda é desconhecida, segundo disseram os líderes noruegueses.
'Não sabemos quem nos atacou', disse o premiê durante a entrevista coletiva. 'A Noruega se unirá nesse momento de crise. Você (em referência aos idealizadores do ataque) não destruirá nossa democracia. Nossa resposta à violência será mais democracia.'
As autoridades não confirmaram se estão procurando por mais suspeitos, mas disseram que não tiveram conhecimento de nenhuma ameaça prévia relacionada aos atentados.
'Foi uma grande surpresa, não tínhamos nenhum indicativo de que isso ocorreria', disse o chanceler Store à BBC.
O ministro da Justiça disse que a polícia está usando 'todos os recursos disponíveis' para lidar com a crise e investigar os responsáveis.
Ele pediu que a população fique longe do centro de Oslo por enquanto e que evite o uso de celulares, para não sobrecarregar a rede de telefonia do país.

Dois atentados sucessivos sacodem a Noruega


Berlim, 22 jul (EFE).- Pelo menos 17 pessoas morreram nesta sexta-feira em um atentado com carro-bomba no complexo governamental de Oslo e em um tiroteio em um acampamento juvenil próximo à capital, ataques que a Polícia não atribui ao terrorismo internacional, mas a uma variante local afim de movimentos antissistema.
Os dois ataques, realizados com algumas horas de diferença, estão relacionados entre si, segundo fontes policiais, que implicam o suposto autor do tiroteio, detido após sua ação, com o atentado da capital, que afetou quatro edifícios governamentais.
O detido, um cidadão norueguês segundo revelou o primeiro-ministro, Jens Stoltenberg, em pronunciamento à imprensa, estava armado com um fuzil automático e, segundo as investigações policiais, é vinculado ao atentado de Oslo.
Trata-se de um homem de 32 anos, que até o momento não revelou os motivos de sua ação nos interrogatórios e, antes do tiroteio, foi visto na região onde aconteceu a explosão.
O Governo do social-democrata Stoltenberg, que previa visitar o acampamento das juventudes de seu partido neste sábado, convocou uma reunião urgente de crise para avaliar a situação, enquanto controles em fronteiras, aeroportos e estradas eram reforçados.
Stoltenberg condenou com toda severidade os atentados e garantiu que tais ataques não solaparão o compromisso dos noruegueses com a democracia e com um mundo melhor.
O primeiro dos ataques foi realizado às 13h20 GMT (10h20 de Brasília) com a explosão de uma potente bomba no complexo do Governo, situado no centro de Oslo, onde morreram sete pessoas e 15 ficaram feridas.
No acampamento das juventudes social-democratas (UAF) na ilha de Utoya, a cerca de 20 quilômetros da capital, as autoridades informaram de dez assassinados a tiros, após horas de confusão acerca da tragédia e enquanto alguns meios de imprensa citavam a testemunhas que falavam de até 30 mortos.
Segundo a imprensa norueguesa, o agressor entrou no acampamento com uniforme policial com o pretexto de fazer a segurança do local e abriu fogo indiscriminadamente a seu redor. O suspeito tinha servido anteriormente na Polícia e falava com sotaque de Oslo.
Algumas horas depois dos ataques, e enquanto a imprensa norueguesa divulgavam imagens de pessoas feridas e prédios destroçados no centro de Oslo, o grupo jihadista Ansar al Jihad al Alami reivindicava a autoria desde Nova York. A própria organização islamita se retratou depois, através de um fórum na internet.
Nenhum membro do Governo ficou ferido na explosão na capital, adiantou Stoltenberg, logo após o ocorrido, por telefone e de um lugar não revelado por razões de segurança.
Nesse primeiro discurso qualificou de 'muito grave' a situação, ao qual seguiram depois as primeiras informações, envoltas em confusão, sobre o tiroteio, realizado às 15h30 GMT (12h30 de Brasília) em instalações ocupadas por cerca de 560 pessoas na ilha de Utoya.
No acampamento da UAF tinha pronunciado na manhã desta sexta-feira um discurso Gro Harlem Brundtland, ex-primeira-ministra social-democrata da Noruega em três ocasiões, à espera da chegada, no sábado, de Stoltenberg.
Em Oslo, a Polícia isolou todo o complexo governamental imediatamente depois do atentado, enquanto as dependências divisórias, a estação de ferrovia, vários shoppings eram evacuados e a área era revistada na busca de outras possíveis bombas.
Além disso, as redações dos principais meios de imprensa do país, como a rádio pública 'NRK', os jornais 'VG', 'NTB', 'Aftenposten' e o canal 'TV2'
O prédio que abriga os escritórios do primeiro-ministro ficou seriamente afetado, junto com outros imóveis vizinhos, onde os vidros das janelas explodiram.
Entre os imóveis afetados também se encontra o do popular jornal norueguês 'VG'.
Após a explosão foram registradas cenas de pânico pelas ruas, com pessoas correndo, algumas delas ensanguentadas.
Imagens da televisão norueguesa mostram logo após as explosões cenas de caos no centro do distrito governamental.

Explosivos não detonados são achados após tiroteio na Noruega

OSLO (Reuters) - Explosivos não detonados foram encontrados na ilha onde um atirador matou pelo menos 10 pessoas num acampamento de jovens na Noruega, disse a polícia na sexta-feira.
'Explosivos foram achados na ilha', disse o subchefe de polícia de Oslo, Sveining Sponheim, a repórteres. Ele acrescentou que um homem preso pela polícia tem 32 anos e é de 'etnia norueguesa'.
Ele afirmou ainda que a polícia acredita que o número de mortos no tiroteio deve aumentar.
O tiroteio aconteceu depois da explosão de uma bomba no centro de Oslo, onde sete pessoas foram mortas e duas ficaram gravemente feridas, confirmou a polícia.
Um correspondente da Reuters viu soldados tomando posições no centro de Oslo. Quando perguntados se eram do Exército da Noruega, eles disseram que sim.
(Reportagem da Redação em Oslo)

Ataques com tiros e bomba matam 17 na Noruega

OSLO (Reuters) - Uma bomba explodiu na sexta-feira em meio a prédios do governo em Oslo, e um homem com farda policial em seguida abriu fogo em um acampamento juvenil numa ilha próxima, em incidentes que deixaram 17 mortos.
Foi o pior atentado na Europa Ocidental desde as explosões de 2005 nos transportes públicos de Londres.
A bomba que explodiu na metade da tarde (final da manhã no Brasil) deixou sete mortos e espalhou vidro, reboco e metal retorcido pelas ruas.
Logo depois, um homem fez disparos num acampamento juvenil do partido governista na ilha de Utoeya, a noroeste de Oslo. A polícia disse que pelo menos dez pessoas morreram ao tentar fugir dos tiros na pequena ilha arborizada, que foi desocupada, e onde a polícia encontrou explosivos por detonar.
'Vi os jovens correndo, se atirando na água', relatou Kristine Melby, que vive em frente à ilha, à TV Al Jazeera. 'Ouvimos pessoas gritando.'
O atirador, um cidadão norueguês de 32 anos, foi preso. Segundo uma emissora de TV norueguesa o homem tem ligações com a extrema direita. O duplo atentado tem algumas características da Al Qaeda, mas analistas sugerem também que militantes de ultradireita podem ser os responsáveis.
'Tenho uma mensagem a quem nos atacou e aos que estão por trás disso', afirmou o premiê, Jens Stoltenberg, numa entrevista coletiva transmitida pela TV. 'Nenhuma bomba irá nos silenciar, ninguém vai nos silenciar a tiros.'
A explosão que sacudiu o centro de Oslo por volta de 15h30 (10h30 em Brasília) estilhaçou vidros na sede do governo e causou danos também nos ministérios das Finanças e do Petróleo. 'As pessoas corriam em pânico', disse a transeunte Kjersti Vedun.
Enquanto a polícia aconselhava as pessoas a deixarem o centro da cidade, aparentemente temendo novos ataques, Stoltenberg dizia ao canal 2 da TV local que a situação era 'muito séria'. Ele afirmou que a polícia o orientou a não revelar o local de onde estava falando.
'Trata-se de um ataque terrorista. É o fato mais violento a atingir a Noruega desde a Segunda Guerra Mundial', disse o deputado Geir Bekkevold, do Partido Popular Cristão (oposição).
Uma testemunha da Reuters viu soldados assumindo posições em Oslo logo depois da explosão.
No ataque na ilha, o atirador - descrito por um policial como sendo alto e loiro - teria, segundo a imprensa local, se aproveitado da confusão causada pelo atentado a bomba. A ilha atacada recebia um acampamento da juventude do Partido Trabalhista, de Stoltenberg.
'Houve muitos disparos (...). Nós nos escondemos sob uma cama. Foi muito aterrorizante', disse uma jovem no local à TV britânica Sky
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AUTORIA DUVIDOSA

Jakub Godzimirski, pesquisador do instituto de ciências políticas Nupi, disse suspeitar mais de um grupo de ultradireita do que de fundamentalistas islâmicos como autores dos atentados. Grupos direitistas têm crescido na Noruega, aproveitando o debate em torno da imigração.
'Seria muito estranho que militantes islâmicos tivessem um ângulo político local. O ataque contra a reunião da juventude trabalhista sugere outra coisa. Se militantes islâmicos quisessem atacar, teriam colocado uma bomba em um shopping center próximo, e não (atacado a tiros) uma ilha remota.'
Sveining Sponheim, subchefe da polícia de Oslo, disse a jornalistas que o atirador de Utoeya se disfarçou de policial, com uma farda azul, mas que nunca foi de fato agente da polícia.
Ele disse que a polícia acredita que o homem pode ter tido envolvimento tanto na explosão da bomba quanto nos disparos.
A Noruega, país integrante da Otan, já havia sofrido ameaças de militantes islâmicos devido ao seu envolvimento nos conflitos do Afeganistão e da Líbia.
O atentado ocorre pouco mais de um ano depois de três homens serem presos sob suspeita de terem ligação com a Al Qaeda e planejarem ataques a alvos na Noruega. Países vizinhos também têm sofrido alertas de segurança - em dezembro, um homem morreu em Estocolmo, capital da Suécia, ao tentar explodir uma bomba; em 2005, a Dinamarca recebeu repetidas ameaças por causa da caricaturas publicadas num jornal local que ironizavam o profeta Maomé.
Em Oslo, o prédio de uma editora que recentemente lançou uma tradução de um livro dinamarquês sobre a polêmica dos cartuns também foi afetado, mas aparentemente não era o alvo principal.
O bairro atacado em Oslo é o coração do poder na Noruega. Mas a segurança ali não costuma ser rigorosa, já que o país não está habituado à violência, e é mais conhecido por conceder o Prêmio Nobel da Paz e por mediar conflitos, inclusive no Oriente Médio e no Sri Lanka.
Um jornalista da Reuters relatou que as ruas estavam bastante tranquilas na hora do atentado - por estar no auge do verão, e principalmente numa sexta-feira, muitos moradores de Oslo estão de férias ou saíram da cidade para o fim de semana.
(Reportagem adicional de Gwladys Fouche, Victoria Klesty, Henrik Stoelen e Ole Petter Skonnord em Oslo, William Maclean em Londres e Patrick Lannin em Estocolmo).

Fonte: Folha de SP

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