(MUNDO) Deputados dos EUA aprovam proposta de aumento do teto da dívida

Reprodução da TV da Câmara mostra o final da votação sobre o teto da dívida; proposta foi aprovada

A Casa dos Representantes (deputados federais) dos Estados Unidos aprovou em votação nesta sexta-feira o plano republicano de elevar o teto da dívida americana, de US$ 14,3 trilhões.
Os republicanos têm maioria na Câmara com 240 das 433 cadeiras --com duas cadeiras atualmente vagas, eles precisavam de 216 dos seus deputados para passar o projeto. Votaram a favor 218 legisladores e 210 contra.
Com a aprovação, a proposta deve ser encaminhada agora ao Senado, cujos membros democratas, que são maioria, alertaram em carta na quarta-feira (27) que rejeitarão o projeto.
Segundo a avaliação do Escritório Orçamentário do Congresso, o plano prevê uma economia de US$ 915 bilhões nos próximos dez anos, além de um aumento imediato de US$ 900 bilhões no teto da dívida pública americana, atualmente em US$ 14,3 trilhões.
O líder da Casa, o republicano John Boehner, queria que só se aumentasse o teto da dívida com uma proposta de corte de gastos que compensasse cada dólar.
O plano dos democratas, segundo avaliação do Escritório Orçamentário, reduziria o deficit na próxima década em US$ 2,2 trilhões --US$ 500 bilhões a menos que os US$ 2,7 trilhões prometidos pelo líder da maioria no Senado, Harry Reid.
Se o Congresso falhar em aumentar o teto da dívida até 2 de agosto, os americanos podem enfrentar elevação da taxa de juros e a queda do dólar.
Com o aumento do custo das taxas de empréstimo, hipotecas e empréstimos estudantis ficarão mais caros e o efeito será sentido por grande parcela da população.
IMPASSE
Há meses a Casa Branca e o Congresso estão envolvidos em negociações para chegar a um acordo que permita elevar o teto da dívida pública dos EUA e, assim, evitar o risco de calote.
Nas últimas semanas, o presidente Barack Obama e líderes dos dois partidos --Democrata e Republicano-- se reúnem quase diariamente, mas ainda não conseguiram solucionar o impasse.
Analistas afirmam que o calote da dívida americana poderia provocar um salto da taxa de juros nos Estados Unidos e potencialmente ameaçar a recuperação econômica mundial.
A oposição republicana exige que um acordo para elevar o teto da dívida seja vinculado a cortes no orçamento americano, para reduzir o deficit recorde, calculado em cerca de US$ 1,5 trilhão (R$ 2,3 trilhões) para o ano fiscal que termina em setembro.
Apesar de representantes de ambos os partidos concordarem com a necessidade de reduzir gastos, há muitas divergências sobre o que cortar e que programas atingir.
Os republicanos se recusam a aceitar qualquer proposta que inclua aumento de impostos. Obama, no entanto, insiste na necessidade de acabar com cortes de impostos que beneficiam a camada mais rica da população, criados ainda no governo de George W. Bush.
Os democratas, por outro lado, relutam em tocar em programas sociais que os republicanos querem enxugar.

Fonte: Folha de SP

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