Na África, nasce hoje o Sudão do Sul, país mais pobre do globo


Sob o olhar preocupado da comunidade internacional, nasce hoje o 193º país do mundo.
Devastado por décadas de guerras civis, o Sudão do Sul partilhará com Somália e Afeganistão os piores indicadores sociais do planeta.

"É um momento histórico, mas os desafios são gigantescos", afirma Erwin van der Borght, diretor para África da Anistia Internacional.
O país é o lugar no mundo onde mais morrem grávidas e recém-nascidos, e 90% das mulheres são analfabetas.
"Levará anos para o Sudão do Sul deixar de depender da assistência", diz Borght.
Falta tudo no novo país: hospitais, escolas, esgoto, iluminação, polícia. Estradas são poucas e precárias. Na capital, Juba, há apenas uma rua asfaltada. No lugar de táxis, garotos levam estrangeiros na garupa de motos, as "boda-bodas".
Só não faltam Coca-Cola e esperança. As garrafinhas vermelhas eram vendidas quentes, mesmo no precário posto da alfândega na fronteira com Uganda.
"As pessoas estão tão otimistas que é até assustador", conta Jane Some, funcionária da ONU no Quênia.
"Os jovens esperam que a vida vá melhorar da noite para o dia, que vão conseguir emprego, estudo. A geração mais velha está radiante em testemunhar a independência depois de duas décadas de guerra", acrescenta.
A cerimônia de independência contará com a presença do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, representantes de vários países vizinhos e celebridades, como o ator George Clooney.
SEGURANÇA
Crucial para a construção da nova nação, porém, é superar a insegurança. Em 2011, 1.800 sul-sudaneses morreram e 150 mil foram deslocados após renovados conflitos na fronteira, segundo a ONU.
Este é o ano mais inseguro no Sudão desde o fim da guerra civil de duas décadas, em 2005, quando rebeldes do sul (negros) e o norte (árabe) assinaram acordo de paz.
Disputas por terras e reservas de petróleo nas regiões fronteiriças de Abyei e Kordofan do Sul, porém, ainda trazem instabilidade, apesar de o sul ter legitimado sua secessão em referendo em janeiro.
O sul abriga 80% do petróleo sudanês, mas depende das refinarias do norte para exportar.
"É preciso estabilidade para explorar este petróleo", diz Jon Temin, diretor do think-thank USIP, em Washington.
Os EUA são o principal ator internacional no país e investem em infraestrutura, para fazer frente à presença chinesa no norte. Ontem, a ONU aprovou nova força de paz para o Sudão do Sul, com 7.900 homens.

 Fonte:CAROLINA MONTENEGRO-http://www1.folha.uol.com.br

SUDÃO DO SUL OU SUDÃO MERIDIONAL

HISTÓRICO:

 

Sudão do Sul ou Sudão Meridional, oficialmente Governo Autônomo do Sudão Meridional é uma região autônoma do Sudão, composta por dez estados deste país. O governo sudanês concordou em dar autonomia a região através do tratado de Naivasha, assinado em 9 de janeiro de 2005 em Nairóbi, Quênia, com o Exército Popular de Libertação do Sudão (SPLA/M), na tentativa de colocar um fim na segunda guerra civil sudanesa.

Além da divisa com o Sudão ao norte, o Sudão do Sul faz fronteira a leste com a Etiópia, ao sul com o Quênia, Uganda e República Democrática do Congo e a oeste com a República Centro Africana.

O Sudão do Sul, também chamado de Novo Sudão, possui quase todos os seus órgãos administrativos em Juba, a capital, que é também a maior cidade, considerando a população estimada.


No Sudão do Sul estão 75% das reservas de petróleo do país, localizadas sobretudo na região de Abyei. Porém, é no norte que se encontram os oleodutos e os portos.

O referendo da independência
A Constituição Interina do Sudão do Sul foi assinada em 5 de dezembro de 2005, e previu para 2011 a realização de um referendo onde o povo da região decidirá pela manutenção da autonomia regional estabelecida no tratado de Naivasha, da constituição interina do Sudão do Sul e da constituição nacional interina da República do Sudão de 2005, ou pela independência.

Fonte:http://lumepa.blogspot.com/

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