RIO - Iniciais que remeteriam a
nomes de parlamentares e números que sugerem valores em dinheiro estão
entre as anotações da agenda pessoal do ex-diretor de Abastecimento da
Petrobras Paulo Roberto Costa, apreendida pela Polícia Federal. A
informação é de reportagem do jornal “O Estado de S.Paulo” publicada
ontem em seu site. Segundo a reportagem, são anotações manuscritas de
2010, numa caderneta apreendida em março deste ano, na casa do
ex-diretor no Rio.
As
iniciais escritas na agenda poderiam ser de alguns dos políticos
apontados por Paulo Roberto Costa no acordo de delação premiada. De
acordo com a reportagem, um dos exemplos é a anotação das iniciais PIZ,
ao lado do número 5,5 (seria referência a João Pizzolatti e R$ 5,5
milhões). Há, ainda, as iniciais MN ao lado de 5,0 (seria referência a
Mario Negromonte); as iniciais NEL, com o número 4,0 (seria alusão a
Nelson Meurer); BL ao lado de 1,0 (seria alusão a Benedito Lira); Tvian
ao lado de 0,3 (seria alusão a Tião Viana); e WR ao lado de 0,5 (seria
alusão a Valdir Raupp). Além disso, outra anotação é a sigla PP ao lado
do número 28,5, o que seria alusão a R$ 28,5 milhões e ao Partido
Progressista, que comandava a diretoria de Abastecimento.
Nos
80 depoimentos que prestou ao Ministério Público Federal (MPF), na
delação premiada, Costa listou 28 políticos que teriam se beneficiado do
esquema de corrupção na estatal. Entre os citados, 16 têm foro
privilegiado: dez são senadores (12% da composição do Senado) e cinco,
deputados federais que se reelegeram. Uma das novidades foi a inclusão
do governador do Acre, Tião Viana (PT). A relação não inclui os nomes
listados pelo doleiro Alberto Youssef, que também fez acordo de delação
premiada, já homologada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)
Teori Zavascki.
Na lista de
Costa, há três ex-governadores, um ministro e cinco deputados não
reeleitos. Os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da
Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN), também estão incluídos, além de
líderes de PT, PP e PMDB.
No
caso do PSDB e do PSB, os envolvidos já morreram: o ex-dirigente tucano
Sérgio Guerra e o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos. Alguns
nomes já eram conhecidos desde setembro. Os que têm foro privilegiado
terão, em sua maioria, seus casos tramitando no STF. Viana, por ser
governador, deverá ter seu caso apreciado pelo Superior Tribunal de
Justiça (STJ). Os demais deverão responder na primeira instância, na
Justiça Federal do Paraná.
Fonte: http://www.msn.com;
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